sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Talento x Dedicação no Xadrez (matéria do Chessbase)

Retirado do blog do Disconzi

Talento x Dedicação no Xadrez






O estudioso Dr Robert Howard of the University of New South Wales ( Austrália) é psicólogo e fez uma interessante pesquisa com enxadristas. Eu tomei conhecimento dela no site Chessbase
Artigo .

O tema da pesquisa era o papel do talento e do treinamento no xadrez e alguns dos resultados que achei interessante traduzo aqui no blog:

- Foram entrevistados 581 jogadores, entre eles 5 GMs, 25 MIs, 67 MF, 2 WGM, 2 WMI, 2 WFM.

- Cerca de 80% dos entrevistados pararam de jogar torneios de ELO com frequência devido a outros comprometimentos em suas vidas, ou devido à perda de interesse conforme a idade vai se elevando, ou devido à competição muito severa e stress ou porque atingiram seu patamar máximo e não conseguiram superar.

- Os jogadores aprendem a jogar com média de 8 anos.

- Começam a estudar sério e participar de torneios válidos para rating internacional entre 12 e 14 anos.

-A maioria teve treinadores.

- Média de estudo semanal é de 6 horas, variando conforme a época e nível de atuação.

- Gms demoraram cerca de 390 partidas rateadas para obterem o título.

- 66% dos que jogam 900 partidas viram GMs.

-Quem costuma jogar mais de 740 partidas, costuma travar e não passar de 2400.

- Qualquer um pode chegar a FM com esforço, segundo a opinião da maioria.

- Talento geralmente está conectado a: boa habilidade espacial, QI alto, boa memória, criatividade, alta motivação, forte desejo de vencer, controle sobre as emoções e intrepidez psicológica.




Robert Howard também fez algumas observações:

- O talento permite alguns conseguirem certas habilidades mais rápido que outros.

- Treinamento ajuda o desenvolvimento de qualquer um, mas até certo ponto. Os talentosos vão além.

- Aqueles que se sobressaem em certas áreas costumam ter QI superior a 120 e traços de personalidade como motivação, criatividade e não conformidade.

- Estudos recentes apontam que o talento pode não ser estritamente necessário, caso haja treinamento específico e extenso para a correção de erros e falhas. Ou seja, trabalho duro pode vencer quaisquer barreiras. O problema é que a maioria tende a gostar daquilo nas quais são bons ou obtém sucesso, não gostando e evitando o que não dominam.

- No xadrez não é fácil estudar isso, pois muitos fatores que levariam ao sucesso são interrelacionados: motivação, quantidade de prática, sucesso inicial, talento natural e oportunidade.

- Sucesso no início da carreira é fator diferencial, pois quem perde muito no início geralmente perde também o interesse pelo jogo.