segunda-feira, 21 de julho de 2008

Deep Rybka - O melhor e mais forte programa de xadrez do mundo

Retirado do site Chessbase

Rybka 3.0 – Not just the strongest chess program in the world
18.07.2008 – Developed by IM Vasik Rajlich, Rybka is the shooting star amongst chess programs. It won the 2007 world championship and leads easily in all computer rating lists. Now it is available in the drastically improved version 3.0 and under the ChessBase-Fritz interface. It includes exciting new analysis functions you will not find in other programs. You can order it now.


Rybka 3 – Computer Chess World Champion

Rybka 2, the world’s strongest chess program, leads all ranking lists clearly, with ratings well above Elo 3000. Now Rybka 3 is here, with a dramatic improvement of at least 80 Elo points.

Rybka, which translates to "little fish", is the shooting star of computer chess and the reigning world champion, having won its title in Amsterdam 2007.

But strength is not everything. Today the main use of chess software is interactive analysis. Rybka's superior playing strength helps you to quickly assess a position. But analysis with Rybka 3 is much more than just evaluations and best moves. In the user interface designed by ChessBase, Rybka 3 introduces several ground-breaking new analysis features:

Monte Carlo Analysis yields precise evaluations by playing thousands of ultra-fast games in a few minutes in a given position. This is very much like using game result statistics, something human players do when choosing their opening variations. Monte Carlo Analysis can be used in any position, but generally it's most useful in two types of positions:

  • Endgames – engines often give high scores to drawn endgames (and sometimes low scores to winning ones). Monte Carlo recognises fortresses and other no-progress situations. It's also good in rook endgames, which are another computer problem.

  • Positions where one side has made a big material sacrifice for slow compensation (i.e. not just tactics). For instance you can find lots of piece sacrifices in famous grandmaster chess games which no computer will correctly appreciate and which Monte Carlo gets right.


Interesting: in the starting position the Monte Carlo Analysis gives a 52.8% win probability for White

Sampled Search gives detailed information about the search process, showing scores and alternative moves in the main line. This is helpful when the program searches for a long time in one position. It lets the users see how the engine is thinking and making its decisions.

Note that in in the live search you can see that the Rybka engine is working on Kasparov's famous 30.Rxb7 sacrifice, which has not turned up in the engine window yet (it will become the main variation after the next iteration). Note too that the square Chess Informant symbol behind certain moves means that these are forced.

Singular Moves are annotated graphically. This indicates situations where only one clearly best move exists.

Look for win: whenever you feel that there should be a forced win in a position you can explicitly ask for it. Rybka then searches for a decisive move, considerably faster than in normal analysis.


New high-resolution 3D Staunton pieces in Rybka 3

Persistent Hash: Rybka can save its hash tables between analysis sessions to preserve valuable information already accumulated in the search tree.

The author of Rybka, Czech-American International Master Vasik Rajlich, has implemented an extraordinary understanding of dynamic factors into his program. This often results in long-term pawn or exchange sacrifices and an active positional playing style resembling human chess. Rybka scores well in all types of situations but dominates especially in asymmetric positions which arise e.g. from Sicilian systems.

The success of the program stems from dedicated team work: IM Iweta Rajlich, rated 2417, is the main tester; Jeroen Noomen contributes opening theory and tournament preparation; IM Larry Kaufman develops positional algorithms.

The Rykba 3 Book by Jeroen Noomen

The Rybka 3 opening book is a high-class compilation of opening theory. It was developed for the world’s strongest chess program Rybka 3 and will maximize the program’s playing strength. The choice of variations in the book is well suited to the style of the program, and the book has been fine-tuned and checked in thousands of games.

The Rybka Book has high value outside computer chess. It reflects the state of current opening knowledge as played in master, correspondence and 100,000 top computer games (up to June 2008). And this is only the starting point: the value of the book lies in its deep original analysis and move choices, which lead to a re-evaluation in many critical points of modern theory. This makes it useful for tournament and correspondence players alike. The book contains a lot of computer-checked analysis never published anywhere before.

The author of the Rybka 3 book is Jeroen Noomen, one of the world’s leading experts in computer opening theory. Jeroen Noomen has been on the Rybka team since the very start, and his preparation is used in all official events, including the World Championship 2007 which Rykba won. In his long career as an opening analyst he has achieved many fine novelties in top computer chess events.

Number of positions in the Rybka 3 book: 3,387,966.
Size 260 MB. The book runs on any recent ChessBase software.


Prices

Multi-processor version: Deep Rybka 3
99.90 Euro
Single processor version: Rybka 3
49.99 Euro
Rybka 3 Book
24.99 Euro

Note that Rybka 3 includes a database of one million games, and that the purchase of the program entitles you to one year of access to the chess server Playchess.com. Rybka 3 is a UCI engine, with 32 and 64-bit versions included in the package. Rybka can be made the default engine in ChessBase 10.

Order Rybka now
Delivery starts on August 1st 2008


sábado, 12 de julho de 2008

Texto: Xadrez Escolar - Um movimento em escala mundial!!!

Retirado do site da FPX - Luiz Vasconcelos Loureiro

Muito recentemente, várias ações relacionadas com o ensino programado e oficial do xadrez nas escolas públicas, em países muito diversos, me chamaram a atenção de modo bem particular. Apesar de suas naturezas e condições muito distintas, vistas em conjunto, elas me parecem um reforço de percepção significativo do que poderíamos (sem exagero de soar grandiloqüente) denominar de um grande e não articulado “movimento mundial em favor do xadrez escolar”. Não sou inclinado a fantasiar sobre assunto nenhum, e também não me motiva a limitada filosofia de tentar “puxar a brasa para minha sardinha” quando analiso e acompanho o que se passa com a grande mobilização visando oferecer às crianças de escolas oficiais a oportunidade de aprender xadrez! E os leitores interessados poderão conferir no índice de matérias desse colunista, como nos anos recentes têm sido marcantes os esforços de toda ordem e natureza nessa direção. Pois, mais uma vez, registro com grande alegria, mais uma série de projetos desse fundamental trabalho de base, tanto técnica -- para formar jogadores de xadrez-- quanto humana -- para formar cidadãos mais conscientes, solidários e completos!

I. Rio de Janeiro – Brasil.

No dia 11 de junho, próximo passado, foi veiculada a seguinte notícia, entre outros órgãos de comunicação, no Globo(O)nline – Educação.( http://moourl.com/aq0np )

Xeque-mate

Alerj derruba veto do governador e aprova lei que obriga ensino do xadrez em escolas estaduais do Rio

Publicada em 10/06/2008 às 20h20m

O Globo Online

RIO - A lei que torna obrigatório o ensino do xadrez em escolas estaduais do Rio de Janeiro foi aprovada na Alerj nesta terça-feira e deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima semana. O projeto de lei, de autoria do deputado estadual Marcelo Simão, fora vetado pelo governador Sérgio Cabral, mas os deputados derrubaram o veto do governador. Pelo trâmite legal o projeto deve ser novamente encaminhado para a sanção do governador, e se vetado, será promulgado pelo presidente da Alerj, o deputado Jorge Picciani (PMDB).

O deputado autor da lei defende o uso do xadrez nas escolas como uma ferramenta de aprendizado:

"Queremos que nossas escolas sejam capazes de utilizar todos os mecanismos possíveis para melhorar a aprendizagem. O xadrez será um desses instrumentos, já que é um recurso capaz de desenvolver nos jovens a capacidade de concentração, planejamento de ação, raciocínio lógico e memória", afirmou o deputado.

Segundo os estudos já realizados nos Estados Unidos e na Europa, o jogo associa o lazer com o aprimoramento do raciocínio lógico, a tomada de decisão e as atitudes de liderança. Ainda de acordo com o deputado, cada movimento no xadrez requer uma lógica profunda, já que as peças podem ter um valor relativo: há posições em que um cavalo pode valer mais do que uma torre.

"O estudo contínuo de posições de tática e estratégia favorece o pensamento lógico em geral, o que influi bastante sobre os resultados escolares", concluiu Marcelo Simão.

De acordo com o texto, o governo ficará incumbido de promover a divulgação, junto às escolas públicas estaduais, dos benefícios e vantagens da prática do jogo de xadrez no desenvolvimento do raciocínio, além firmar convênios com clubes, associações e federações que pratiquem a atividade do jogo de xadrez, para a difusão da prática nas escolas públicas estaduais.

Como se deduz da matéria, em breve tempo, as escolas estaduais fluminenses terão que oferecer oficialmente o ensino de xadrez a seus alunos. Contudo, como isso será feito na prática (Quantos alunos? Como disciplina complementar, alternativa ou ligada ao programa de Educação Física? Que material será ofertado? Quem dará as aulas? Etc., etc!) ainda está longe de ser explicado e executado. E não somente por discordâncias políticas ou orçamentárias entre o governador e a Assembléia Legislativa, mas principalmente por causa da complexidade natural do processo e a inescapável burocracia dos órgãos públicos. Mesmo assim, o primeiro lance dessa problemática e provavelmente longa partida já foi feito!

II. Paris (França), Idaho (EUA), Moldávia e Somália.

No número de junho da prestigiada publicação francesa EuropeEchecs, um brevíssimo registro editorial, na página 6, confirma minha impressão à respeito da existência de uma verdadeira “escalada mundial” pró-xadrez escolar. Textualmente, está dito:

É um vasto movimento planetário. A cada mês, um país ou uma região, ou mesmo simplesmente um mero município decidem introduzir oficialmente o xadrez nas escolas. Somente nos últimos três meses, temos o caso da Moldávia, do estado de Idaho, nos Estados Unidos, e também da cidade de Mogadíscio, na Somália. Nesse país, situado no “Chifre da África”, a decisão foi anunciada no último dia 23 de abril pelo presidente da Federação Abdi Hassan: “Nos dirigimos sinceramente aos diretores das escolas primárias de Mogadíscio pedindo-lhes que abram suas portas ao curso de xadrez integrado ao programa curricular. Nós colocaremos à disposição das escolas, treinadores habilitados e todo o material de xadrez necessário. Essa integração será efetivada a partir do próximo semestre. Num primeiro momento, 50 (cinqüenta) escolas da capital serão contempladas”.

Quer se trate de país pobre ou rico, ou se use um critério econômico ou ideológico, o xadrez avança em todos os campos. Quase se poderia dizer que há uma comunicação em escala planetária que está perfeitamente “orquestrada e garantida” por milhares de aficionados apaixonados, dirigentes, instrutores, pais e familiares, mídia, etc. Os benefícios para as crianças são agora conhecidos amplamente por todos. No estado de Idaho, desde 20 de março, todas as escolas primárias e secundárias são atendidas: ”Muitas crianças passam seu tempo livre diante de da TV ou usando seus Ipods ou curtindo algo no computador. E assim, eles se isolam mais e mais. Com o xadrez, eles vão aprender a dar e receber, graças a suas regras de cortesia, destacou Deborah McCoy, responsável pela iniciativa desse projeto. Ao oferecer xadrez para todos, Idaho torna-se precursor em solo norte-americano e com importante orçamento associado ao trabalho. E muitos acreditam ainda que esse “boom” será mais benéfico à longo prazo, do que a explosão de “vocações sem amanhã” que ocorreu após Fischer sagrar-se campeão mundial em 1972.(Minha Tradução)

Assim, nessa passagem, verificamos que três países de grandes contrastes entre si, a saber, Moldávia, Estados Unidos e Somália, atuam em convergência ao implantarem o ensino de xadrez em importantes projetos em seus territórios!

III. São Paulo – Brasil

E de uma forma muito concreta, a mobilização em favor do Xadrez Escolar tem um emblema, uma imagem magnificamente expressiva encontrada justamente em São Paulo (vide abaixo)

V COPA DE XADREZ AYRTON SENNA - 2008

, como fruto exuberante e resultado de trabalho sistemático de mais de uma década do atual vice-presidente da FPX, José Alberto Ferreira dos Santos. Com sua dedicação abnegada e “fé inabalável” na missão de propiciar uma chance de alegria, aprendizagem e formação a todas as crianças que estão nas escolas públicas, através do ensino do xadrez, Zé Alberto elaborou e administrou novas e complexas formas de promover o jogo e dar destaque à importância de implantar o xadrez escolar. Uma dessas ações foi o convênio com o Instituto Ayrton Senna e outros parceiros (Governo do Estado de São Paulo, Ministério dos Esportes – Projeto Segundo Tempo, etc.), que acaba de reunir (dia 16 de junho) no Ginásio do Ibirapuera quase 1700 alunos oriundos de 180 escolas de 40 municípios para competir limpa, devotada e educadamente no xadrez, cada um com a alma e vibração de campeões do mundo! Nessa quinta versão de um “evento monstro” os problemas logísticos são severíssimos pois envolve lidar com quase 4 mil pessoas no total e oferecer as melhores condições de competição e “curtição” às crianças, seus pais,professores e acompanhantes. É trabalho de dimensões comparáveis ao que se realiza uma Olimpíada de xadrez, mesmo que somente num único dia!

Assim, com mais esses exemplos ilustrativos, reafirmo que essa “conspiração do bem”, em favor do xadrez escolar, se alastra como uma epidemia bem-vinda sobre todo o planeta e contamina e contagia a todos, ajudando a reforçar a base de nosso jogo e formar pessoas mais completas, educadas e felizes!

Xadrez sobre o mundo todo! Belas palavras de ordem!

Luiz Loureiro lvrlx@uol.com.br

Rio de Janeiro25 junho 2008

Nossa Primeira Delegação!! VII Torneio Aberto de Inverno

Fonte: GXBG

Caros colegas,

É com imenso prazer que coloco em nosso blog as informações referentes a primeira delegação de nosso clube a jogar um torneio oficial de xadrez. Aconteceu no dia de hoje na Galeria de Xadrez Borba Gato. Estiveram presentes lá Eduardo Patrick Ribeiro Lotaif e Sergio Amadeus Leon Lopes.
Abaixo coloco mais informações:

Classificação, fotos dos finalistas, crosstable e variação de rating GXBG:

http://www.gxbg.com.br/abertos/2008/0807inverno/fase1/class_inverno1.html

Galeria de fotos do torneio:

http://www.gxbg.com.br/abertos/2008/0807inverno/fase1/fotos_1.html

Parabéns a Sergio Amadeus que se classificou para as finais do Torneio de Inverno em sua primeira parte! A Eduardo Patrick menção honrosa pela participação. Que isso se torne um incentivo para que mais integrantes de nosso clube venham tomar parte dos próximos torneios enxadrísticos do calendário.

Estamos torcendo por todos! Vivas a primeira delegação!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Calendário de eventos enxadrísticos de Julho

Retirado do site ClubedeXadrez - Newton Arruda

Atualizado em 2/7 às 17h15 - Panamericano da Juventude, brasileiros com 2 em 2 - Sub8: Beatriz Burached e Thiago Dobuchak; Sub10: Ramyres Coelho; Sub12: Angélica Takiguchi e Petrus Fay da Fonseca; Sub14: Mateus de Mendonça (ainda não havia informações do Feminino, mas Daphne Jardim tinha vencido a primeira); Sub 18: Rodrigo Terao. Terceira das nove rodadas nesta quarta-feira às 9h locais - Rodadas finais dos Jogos Regionais nas sedes de São Caetano do Sul e Lins (que começaram há pouco) e o Aberto Potiguar são os destaques do próximo fim de semana - Felicidade Cardoso Ciccone(1918-2008), minha querida avó

2 a 6: Competições enxadrísticas dos Jogos Regionais de São Paulo, sede São Caetano do Sul - em andamento

2 a 6: Competições enxadrísticas dos Jogos Regionais de São Paulo, sede Lins - em andamento

3 a 6: Semifinal do Ca2mpeonato Piauiense - Teresina

3 a 6: 3º Aberto Potiguar - premiação: R$1.100,00($500,00 ao campeão)- Natal

5 a 19: Torneio Absoluto Roraimense - Boa Vista

5 a 30: 9º IRT da Liga Campineira de Xadrez - SP

5: Campeonato Brasiliense de Rápidas - inscrições gratuitas - Taguatinga

5: 2a Copa Escolar - inscrições: R$3,00 - Belo Horizonte

7 a 12 Competições enxadrísticas dos Jogos Regionais de São Paulo, sede Jaboticabal

7 a 11: Campeonato Brasileiro de Seniors - para jogadores nascidos até 31/12/1947 - Rio de Janeiro

8 a 11 Competições enxadrísticas dos Jogos Regionais de São Paulo, sede Dracena

9: 3o Aberto Revolução de 32 - 6a etapa do Circuito dos Feriados GXBG - premiação: R$300,00 ($100,00 ao campeão) - São Paulo 10 a 13: Final do Campeonato Potiguar Feminino - Natal

12 e 13: Regional de Mendes - RJ

12 e 13: Aberto Clássico de Fortaleza - premiação: R$200,00 ($90,00 ao campeão)

12: 1ª das duas etapas classificatórias do 7º Aberto de Inverno Galeria Borba Gato - inscrições a R$10,00 com direito a participar também da fase seguinte e, em caso de classificação, da final - São Paulo

13: Torneio Círculo Macabi/Israel 60 Anos - premiação: R$600,00 ($150,00 ao campeão) - São Paulo

17 a 20: Etapa do Circuito Aberto do Brasil/6º Aberto do Sertão - vaga na semifinal do Brasileiro e duas vagas masculinas mais duas vagas femininas na semifinal do Estadual - premiação: R$4.200,00 ($1.000,00 ao campeão) - Quixadá - CE 18 a 24: Final do Memorial Bobby Fischer - Rio de Janeiro

18 a 20: Etapa inaugural do Circuito IRT da Liga de Xadrez de São Bernardo do Campo - premiação: R$1.000,00 ($300,00 ao campeão)- SP

18 a 20: NRT (agora saíram com essa...) de Corumbá - MS

19 e 20: 3ª Semifinal do Maranhense Absoluto - São Luis

19: 2ª e última etapa classificatória do 7º Aberto de Inverno Galeria Borba Gato

20: 40º Aberto Memorial Júlio Guerra - 7ª etapa do Circuito Solidário 2008 - GXBG

26 a 28: 2o ITT LCX Memorial Vanderley Cason Melo - Ribeirão Preto/SP

26 e 27: Taça Cidade de Imperatriz - MA

26: Final do 7º Aberto de Inverno Galeria Borba Gato

26: Final B do Aberto de Inverno Galeria Borba Gato - livre, leve e solto - SP

Misérias e glórias do xadrez - parte 18

Retirado do site do grande jogador brasileiro Hélder Câmara

Enquanto promovia, com uma cobertura maciça da mídia, o rompimento de qualquer limite ou regra no xadrez mundial - e, não tenhamos dúvida, a falta de limites e regras não favorece a maior democratização ou igualdade, mas à submissão a quem tem mais poder ou dinheiro - Kasparov continuava posando de libertário: “Eu não preciso do reconhecimento de uma organização burocrática como a FIDE. Sou o melhor do mundo e prefiro demonstrá-lo nos torneios e com o reconhecimento das pessoas”.

Um “Luis XIV de pacotilla”, classificou José Luis Rescalvo, em seu artigo “História de uma infâmia”. Com efeito.

Mas, provavelmente, é pior. Em nome de ser “o melhor do mundo”, ele não pretendia, como Luís XIV, ser a encarnação da organização coletiva. Pelo contrário, pretendia estar acima de qualquer organização coletiva - pois não era dos entraves burocráticos da FIDE que estava falando, mas da própria FIDE como instituição. Essa linguagem, muitos não terão dificuldade em reconhecer: a de considerar “burocrático” não o que realmente é, mas a coletividade em si mesma, porque ela impõe limites, antes de tudo limites morais. Certamente, a coletividade só deixará de ser “burocrática” quando estiver submetida ao “melhor”... Em suma, a linguagem mais chula do fascismo.

Valery Salov tem razão ao dizer que “Kasparov é um embusteiro em série”. Evidentemente, Salov estava falando em termos políticos. No entanto, a única credencial de Kasparov como político é sua carreira no xadrez. Portanto, estamos diante de uma questão enxadrística importante: ele tem sido promovido insistentemente a melhor jogador da história, porque, segundo argumentam seus partidários, nenhum teria ficado tanto tempo acima de todos os outros. O fato de que nenhum outro, desde Alekhine, tenha se colocado acima de qualquer regra, não parece aturdir esses cavalheiros. Nem, muito menos, o fato de que afastou possíveis desafiantes e desafetos declarados, usando o poder econômico dos patrocinadores. E, por último, nem o fato completamente inédito de que no lugar de onde poderia vir contestação, os países que antes formavam a URSS, a estrutura do xadrez, principalmente a que formava os jogadores, pela primeira vez desde 1945 estava em frangalhos ou deixara de existir. Some-se a isso o apoio de uma tremenda cobertura de mídia, dinheiro a rodo e oponentes intimidados – e temos aqui as condições em que Kasparov se impôs.

Mas, examinemos o argumento sem outras considerações. Veremos que também não é verdadeiro: Steinitz e Lasker tiveram predominância por mais tempo que Kasparov. E o fato de Capablanca ter sido campeão mundial durante apenas seis anos não torna Kasparov melhor do que Capablanca. Ou melhor do que Fischer, campeão durante três anos.

Mas é aí nesse instante que aparece o outro argumento dos kasparovistas: o rating ELO. Vejamos o que significa.

ELO

Em 1970, a FIDE resolveu adotar, para medir a força relativa dos jogadores, o sistema usado desde 10 anos antes pela Federação dos EUA (USFC), denominado ELO devido ao autor do modelo matemático, Arpad Elo.

É fato que a FIDE precisava de um método menos subjetivo de estabelecer ratings (isto é, números que expressam a força relativa dos jogadores) do que o adotado até então - e optou pela proposta de Elo.

Gligoric, que esteve presente à reunião da FIDE que adotou o sistema, afirmou, em entrevista ao GM Alexander Baburin, que o próprio Arpad Elo, nessa reunião, alertou sobre a necessidade de correções futuras, pois, por sua fórmula, os ratings tendiam à inflação. Hoje, inclusive, a maior parte das organizações que utilizam o sistema já incluiu correções para evitar distorções maiores.

Em poucas palavras: como a base do modelo é estatística, o significado do rating muda de acordo com a base estatística - o que equivale a dizer: de acordo com a época. Assim, o próprio Elo, em seu livro “The Rating of Chessplayers, Past and Present”, de 1978, escolheu os cinco melhores anos das carreiras dos jogadores como base para estabelecer ratings. Poderia ter escolhido outra base - e o resultado seria diferente.

Reparemos que, mesmo considerando um único critério, isso, na prática, não evita algumas deformações importantes: com a mesma base estatística, Elo concede o rating 2.690 tanto para Alekhine quanto para Smyslov quanto para Morphy. No entanto, o último, Paul Morphy, um jogador norte-americano de origem hispânica do século XIX, simplesmente arrasou todos os seus contendores, nos EUA e na Europa, entre 1849 e 1869, vencendo 83% das partidas que disputou em competições, sem absolutamente ninguém que pudesse chegar perto, o que não é o caso nem de Alekhine nem de Smyslov.

Pelo menos, o professor Elo tem algum senso do ridículo. Usando uma base diferente, outro autor calculou uma lista dos mais altos ratings já atingidos por jogadores de hoje e de ontem, onde Mikhail Tahl está em 38º lugar, Lasker em 27º, Botvinnik em 26º e Capablanca em 27º. O primeiro, claro, é Kasparov. Mas, o leitor já ouviu falar, por exemplo, em Dmitry Jakovenko? Trata-se de um promissor jovem de 24 anos, mas não há nada que tenha feito para que esteja quatro lugares acima de Capablanca (!), cinco acima de Botvinnik (!!), seis acima de Lasker (!!!) e 17 lugares acima de Tahl!!!! (O polonês Przemek Jahr é mais modesto: sua lista omite Capablanca, Lasker e Botvinnik; Tahl, no entanto, está em 27º – atrás até mesmo de Kasimdzhanov e outros que, convenhamos, estão muito longe de ser grandes jogadores no sentido em que Tahl foi grande).

Não continuaremos mais a mostrar as distorções do cálculo de rating. Resta apenas observar que, com o comercialismo desenfreado, instituiu-se uma verdadeira ditadura do rating. É impressionante a obsessão de alguns com esse número. A origem dessa obsessão é evidente: cada vez mais os torneios são organizados em função dele. Alguém poderia dizer que, antes do sistema ELO, já eram. Sem dúvida é necessária uma forma de fazer com que os enfrentamentos sejam entre jogadores de força semelhante. No entanto, algumas das melhores coisas acontecidas em xadrez estiveram em partidas entre jogadores presumivelmente de força diferente. Se o sistema ELO existisse na época de Capablanca, como ele poderia, em 1911, ter jogado em San Sebastián, um torneio onde passou de desconhecido para vencedor em algumas semanas? No entanto, o problema não está essencialmente no sistema ELO, mas no modo como é usado - e manipulado. No momento, a situação é tal que até entre os Grandes Mestres – cujos critérios para a obtenção do título foram relaxados - existem os de primeira e os segunda categoria (ou, talvez, de primeira, segunda e terceira categorias...), dependendo do rating. O que não ajuda nem um pouco a enriquecer o desenvolvimento do jogo.

As conseqüências práticas – que, no final das contas, é o que importa - foram muito bem resumidas pelo GM armênio Serguei Movsesian, um dos finalistas do mundial de 1999, em carta aberta a Kasparov, respondendo à tentativa de enxovalhamento deste a essa disputa, organizada pela FIDE em Las Vegas. Por isso, transcrevemos alguns trechos:

“A questão não é: 'por que jogam sempre os mesmos em tais torneios?', mas, 'por que devem considerar-se a elite do xadrez, quais os critérios que dizem que eles são melhores que os demais mortais?'. Se nos basearmos nos ratings, então esses jogadores sem dúvida têm vantagem, porque ao jogar continuamente em torneios de alta categoria, sem o risco de perder pontos, redistribuem-nos entre si (....), enquanto os jogadores 'mortais' estão lutando por subir seus ratings, como é obrigação dos verdadeiros desportistas. Na realidade, você [Kasparov] e seus fornecedores de pontos abusam das imperfeições do sistema Elo (....). Por certo que o sistema de torneios com uma composição permanente de participantes já tem seguidores de 'êxito', [mas] se nos basearmos na força de jogo, não creio realmente que os componentes da 'élite' sejam melhores que os 'mortais' (....). Creio que você está condenado a proteger a seus favoritos, que pensam que você é Deus, sem os quais estaria obrigado a jogar com os 'plebeus'.

“É divertido que você compare os acontecimentos enxadrísticos com o tênis: 'Não posso recordar um torneio do Grand Slam sem a participação dos números 1, 2, 3 y 4 do ranking oficial, além do vencedor da edição anterior'. Mas você se 'esquece' imediatamente de dizer o mais importante: em todos os torneios de tênis os jogadores da 'élite' começam sua participação na segunda eliminatória e lutam pela vitória com os jogadores 'que andam a pé'. (....) Mas o que temos no xadrez? Seus torneios de 'élite', com uma composição permanente de participantes, fiéis súditos de Sua Majestade”.

SOFTWARE

Voltando ao aspecto enxadrístico, se compararmos a contribuição de Kasparov com a de Botvinnik, Petrosian ou até mesmo Karpov, não é difícil concluir que seu predomínio deveu-se a outros fatores que não a profundidade estratégica. Este aspecto essencial do jogo ele absorveu bem, de Botvinnik e outros. Mas nunca se notabilizou por desenvolvê-lo.

Ele foi o primeiro jogador, em nível magistral (ou seja, em nível de mestre e grande mestre), a se beneficiar do uso de computadores. Numa de suas entrevistas, diz ele que tinha armazenadas em seu computador 4 mil variantes. Se é verdade ou se era uma fanfarronada, não sabemos. Mas é perfeitamente possível. Junto com uma memória digna de um idiot savant, isso, pelo menos no começo de sua carreira, não foi pouca vantagem - Karpov, por exemplo, até hoje parece pouco adaptado aos computadores.

Mas o significado disso está, antes de tudo, no aspecto tático, o aspecto em que a maioria dos softwares de xadrez consegue bom desempenho. E, realmente, Kasparov, como Alekhine, foi antes de tudo um tático – o que não quer dizer, evidentemente, que não conhecesse estratégia (apesar do que já dissemos acima, essa ressalva é necessária em razão dos kasparovistas na mídia estarem sempre dispostos a usar um mal entendido - portanto, não venham argumentar que nós dissemos que se trata de um ignorante em estratégia, porque não foi isso o que dissemos). O match de 1995 contra Anand - este um jogador mais estratégico, “posicional” - é bem característico do que estamos dizendo.

Porém, o mais importante é que, declarando-se campeão mundial por fora da FIDE, isto é, acima de qualquer regulamentação, Kasparov escolhia seus oponentes. Assim, em 1998, com sua associação algo no ridículo, e sem que houvesse regra alguma para apontar o desafiante ao seu suposto título, ele quis organizar um match entre Anand e o então jovem Vladimir Kramnik. Qual o critério? Como ficou evidente depois, o critério era a vontade dele: Anand, ele já havia derrotado uma vez e Kramnik havia sido seu “segundo”. Portanto, devia achar que enfrentar o vencedor desse match era o menor risco.

No entanto, Anand, que tinha um contrato com a FIDE, recusou. Acertou-se, então, um match entre Kramnik e Alexei Shirov, na época em grande forma. O vencedor enfrentaria Kasparov.

Mas Shirov tinha Valery Salov como treinador. Apesar de ser um jogador excepcional, Salov teve sua carreira encurtada pelas freqüentes recusas dos organizadores de torneios a convidá-lo: esta era uma condição imposta por Kasparov à sua própria participação. No entanto, ele havia sido campeão mundial sub-16 (1980); campeão europeu junior (1984); primeiro lugar (empatado com Alexander Beliavsky) no Campeonato da URSS de 1987; segundo lugar (empatado com Artur Yusupov) no Campeonato da URSS de 1988 (atrás apenas de Karpov e Kasparov, que terminaram empatados em primeiro lugar); e duas vezes esteve entre os candidatos a desafiante do campeão mundial (1988 e 1996).

Apesar dessa trajetória, como ele declarou em 2000, numa entrevista coletiva em León, “vetado por Kasparov, não tive um só convite nos últimos três anos aqui na Espanha e praticamente nada em todo o mundo”. Não era uma queixa: “sou muito otimista quanto às perspectivas”, disse ele.

Mas, aconteceu o que Kasparov não esperava. Shirov derrotou Kramnik. Então, Kasparov recusou-se a cumprir o contrato que o obrigava a enfrentá-lo. Segundo suas palavras, Shirov “não era comercial” e isso dificultava conseguir patrocinadores. Além disso, a empresa de Kasparov e associados jamais pagou a Shirov o prêmio acordado para o match com Kramnik, enquanto que este recebeu a sua parte. Em suma, o match valia, desde que o vencedor fosse quem Kasparov queria... Mas exatamente aí ele se enganou: ao achar que Kramnik seria mais fácil do que Shirov.

Seja como for, esse critério da falta de comercialidade de Shirov nem mesmo necessita de comentários. Imagine-se o que seria de qualquer esporte submetido de forma absoluta a esse critério. No mínimo, a Ana Maria Braga seria campeã olímpica de alguma coisa.

No entanto, Shirov é um daqueles táticos espetaculares - seria difícil achar que um jogador mais sólido, como Kramnik, pudesse ser, nessa época, mais “comercial” do que Shirov. É inevitável chegar à conclusão de que Kasparov queria evitar o confronto com Shirov por outra razão - sabe-se lá o que podia acontecer num match com um jogador tão imprevisível quanto ele... Em suma, o problema era medo de perder, o que não era impossível - o resultado do match com Kramnik demonstrava que não era.

Em meio a uma grita geral - Shirov, antes soviético e letão, naturalizara-se espanhol e era o principal jogador de seu novo país - Kasparov anunciou que “preferia” jogar com Anand do que com o vencedor de Kramnik. Mas Anand respondeu outra vez, e publicamente, que tinha contrato com a FIDE e era “homem de palavra”. Algo que, provavelmente, Kasparov não entendeu. Afinal, oferecia-se um prêmio de US$ 2 milhões, com o vencedor levando 2/3. Que história é essa de palavra?, deve ter pensado.

Depois de dois anos de confusão, em que empresas-fantasmas entravam e saiam de cena, realizou-se o match entre Kasparov e Kramnik - e Kasparov perdeu.

A derrota (não conseguiu vencer nenhuma partida, enquanto Kramnik, um excelente jogador posicional, isto é, estratégico, venceu a 2ª e a 10ª) selou o destino das siglas inventadas por Kasparov. Na verdade, nunca se tratou de um verdadeiro campeonato mundial, mas da promoção dele como herói da reação numa área em que os soviéticos – isto é, para todos os efeitos, os comunistas – tiveram longa hegemonia.

FIDE

Para terminar esta série - que nunca pretendemos fosse tão longa - restam algumas palavras sobre a época posterior à falência do mercantilismo desregrado no xadrez, época que ainda não foi inteiramente superada, mas cujo período mais selvagem e obscurantista já ficou para trás.

Em 1995, com o pires na mão, a FIDE mudou seu presidente. Florencio Campomanes fui substituído por Kirsan Ilyumzhinov, também presidente da República da Kalmykia, um pequeno país às margens do Mar Cáspio, antes parte da URSS e hoje integrante da Federação Russa (os kalmíkios não chegam a 200 mil pessoas - somando-se os cidadãos de outras nacionalidades, principalmente russos, a república tem menos de 300 mil habitantes).

Aqui, mais uma vez, é necessário um cuidado especial para atermo-nos somente aos fatos, pois a propaganda contra Ilyumzhinov é algo fenomenal. O que sabemos de seguro é que ele tornou-se bilionário da mesma forma que os outros bilionários da ex-URSS: apropriando-se do patrimônio público. É verdade que em relação às pretensões estrangeiras sobre o petróleo, o gás natural e o carvão, que são abundantes em seu pequeno país, ele tem mantido uma atitude de recusar a sua entrega.

Salov, que, diante da confusão no xadrez mundial, advogou a reunificação em torno da FIDE, ao ser interpelado sobre Ilyumzhinov pelo Mestre Internacional Ricardo Calvo, que acusava o presidente da Kalmykia, entre outras coisas, de mandar assassinar uma jornalista, por sinal, reacionaríssima, deu uma resposta interessante: “O Sr. Yeltsyn, o ex-presidente da Rússia, se encarregou pessoalmente de matar cinco mil civis em outubro de 93, de fuzilar o Parlamento legitimamente eleito, violando todos os princípios democráticos. E o que estavam escrevendo todos os nossos livres e democráticos jornalistas? - que ele era a única garantia da democracia na Rússia, que era algo necessário, que havia sido um mau Parlamento (....). A esse assassino em série estavam apoiando todas as forças 'democráticas' do mundo. (....) Então... Vamos deixar de demagogia (....). O Sr. Ilyumzhinov investiu mais de 20 milhões de dólares no mundo do xadrez. É a única diferença que há entre o Sr. Ilyumzhinov e qualquer outro político russo e, inclusive, diria eu, qualquer outro político americano”.

Que o xadrez mundial esteja dependendo, em boa parte, de Ilyumzhinov, não é a melhor coisa do universo. O próprio Salov, comentarista oficial da FIDE nos matches de candidatos deste ano, em Elista (capital da Kalmykia), recebeu uma censura pública da entidade por entrar em assuntos políticos ao entrevistar, para o boletim do evento, a chinesa Xie Jun, duas vezes campeã mundial feminina. Salov havia comentado que “o Ocidente da Europa e os EUA são países totalitários (...). A imprensa está totalmente controlada”. Xie Jun lembrou que na China “temos só um partido, o comunista”. E Salov: “Nos EUA também só tem um partido, mas com dois nomes diferentes”.

Realmente, era demais para Ilyumzhinov.

Apesar disso, o torneio de San Luís, Argentina, em 2005, do qual o GM búlgaro Veselin Topalov saiu campeão mundial, o match de 2006, em que Kramnik venceu Topalov, e o recente torneio da Cidade do México, do qual Viswanathan Anand saiu campeão, são fatos, como diria alguém antigo, alvissareiros e auspiciosos.

No entanto, a principal esperança do xadrez é a força coletiva dos enxadristas. Não é uma frase vazia: o movimento contra a guerra no Iraque, a que, em massa, os enxadristas aderiram, mostrou que essa força é real. Na época, houve apenas uma exceção: Kasparov, que advogou não somente o bombardeio e a invasão do Iraque por Bush, quanto a extensão da guerra à Síria e ao Irã. Mas isso, leitores, é uma voz do além. Que o diabo se encarregue dele.

E por aqui ficamos, agradecendo a audiência - e a paciência.